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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Os riscos e as consequências do rebaixamento do rating brasileiro no exterior

Fonte de imagem: http://www.gettyimages.pt/
As classificações dos países através de uma nota (rating) são realizadas por agências especializadas na classificação de risco. Tal classificação atribuída por essas agências funciona como uma espécie de "selo" refletindo a capacidade de um país em honrar os compromissos financeiros por ele assumidos. Essas notas são expressas de forma individual e através de letras e sinais aritméticos que indicam para um maior ou menor risco na suspensão de pagamentos.

Após a divulgação pelo governo brasileiro de um déficit recorde das contas do setor público em setembro/2013, fato este que acabou vindo a confirmar uma piora geral do quadro fiscal, reforçando assim a necessidade de um ajuste urgente nas políticas de receitas e despesas do governo, agravado ainda ao fato da dificuldade de reversão deste quadro em um curto horizonte de tempo dado pela ausência de um planejamento para o corte dos gastos. Sendo assim, o rebaixamento desta nota brasileira que se trata de um fato inédito entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul) poderia estar vindo a acontecer agora no decorrer do ano de 2014.

Standard & Poor's, Moody's e Fitch Rating

Como prováveis cenários dos impactos deste rebaixamento da nota brasileira junto as agências de risco teremos: 
  • a elevação do preço do dólar que deve subir e ficar mais caro motivado principalmente pela diminuição da entrada de divisas e pela fuga de capital estrangeiro;
  • a desvalorização do Real que deve pressionar a inflação para cima;
  • o aumento da inflação que obrigaria o Banco Central a praticar uma política financeira mais restritiva promovendo a alta de juros;
  • uma redução do nível da atividade econômica do país motivado pelas politicas restritivas adotadas pelo Banco Central do Brasil;
  • um aumento do índice de desemprego devido ao desaquecimento da economia;
  • uma maior dificuldade na obtenção de financiamentos no exterior por parte das empresas brasileiras, além do encarecimento das taxas para a obtenção destes financiamentos que certamente serão mais onerosas do que as taxas praticadas atualmente antes do rebaixamento.
Apesar do rebaixamento desta nota ainda não ter se tornado uma realidade e ainda o governo federal tentar desqualificar críticas a sua política financeira como uma "obra de pessimistas", ainda assim na opinião de especialistas como ex. ministro da economia Delfim Netto em artigo escrito para o Jornal Valor Econômico intitulado "A Tempestade Perfeita", as condições atuais do Brasil não são boas e podem se deteriorar ainda mais. Tudo isso ainda somado ao fato, principalmente em um ano aonde serão disputadas as eleições gerais do país e poucos acreditam que o governo federal tenha coragem e disposição para a tomada de medidas amargas e anti-populares no intuito de promover um saneamento dos gastos públicos para que seja evitada uma catástrofe maior.

Pelo sim, pelo não, o melhor é entender e estar preparado para os efeitos que este rebaixamento no rating do Brasil e que essa intitulada "Tempestade Perfeita" possam vir a causar em sua empresa, em sua vida!

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